segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O Presidente Negro


A fotografia é de Monteiro Lobato (São Paulo 1882-1948), escritor brasileiro, conhecido por uma série de livros infantis, cujas histórias se centravam num mítico "Sítio do Pica-pau Amarelo".
Para a posteridade deixou apenas um romance para "adultos", "O Choque das Raças ou o Presidente Negro".
Em 1926, Monteiro Lobato imaginava um momento em que os americanos se veriam a contas com a escolha, para dirigir a Casa Branca, entre um candidato branco, uma mulher e um negro.
A divisão entre os caucasóides e as feministas dita a vitória do candidato negro. Tudo isto acontecia no longínquo ano de 2228. Acreditava o autor que por essa altura os jornais chegavam a casa das pessoas numa espécie de caracteres luminosos impressos nuns muros especiais.
O romance não segue o tom messiânico que ilumina Obama, pelo contrário, explica como, de uma forma inteligente e discreta, a falange branca desenvolve a sua limpeza étnica.
Explique-se que Monteiro Lobato não era uma pessoa recomendável, fã das teorias da superioridade racial e da eugenia, o escritor acabou por "usar" os brancos norte-americanos como instrumento das suas ideias.
Para ele a miscigenação brasileira tinha dado origem a um bando de Quasimodos, que se espalhava rapidamente pelo país.
Com as devidas reservas intelectuais este livro merece uma leitura, quanto mais não seja para tentar perceber em que medida as previsões de Lobato só acertaram na eleição de Obama e no aparecimento da Internet.
Naturalmente, não existe uma edição portuguesa. A única disponível é brasileira, com a chancela da Globo.

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